Críticas

Dica do DTC – “Quando Brota o Amor”, de Waris Hussein

No “Dica do DTC”, a nova seção do “Devo Tudo ao Cinema”, a intenção não é entregar uma longa análise crítica, algo que toma bastante tempo, mas sim, uma espécie de drops cultural, estimulando o seu garimpo (lembrando que só serão abordados filmes que você encontra com facilidade em DVD, streaming ou na internet). O formato permite que mais material seja produzido, já que os textos são curtos e despretensiosos.

***

Quando Brota o Amor (Melody – 1971)

Daniel (Mark Lester), um garoto de apenas 10 anos de idade se apaixona perdidamente pela bela Melody (Tracy Hyde), uma menina da mesma idade e decidem se casar. Porém, seus pais tentam convencê-los de que isso é impossível, devido à sua idade. Então, com a ajuda de seus amigos, eles tomam uma decisão muito arriscada e fogem.

A delicadeza está fora de moda, nunca foi tão importante lutar para que a massa relembre a essência que se perdeu nas últimas décadas, fazer o adulto brasileiro de hoje, que perde tempo precioso com papo furado em grupos de WhatsApp, resgatar o hábito da leitura, abandonar o adestramento do sistema e reaprender a focar sua atenção, exercitando o cérebro, enquanto ainda há tempo.

Na revisão para este texto, fiquei comovido com a singeleza desta obra, lembro de ter tido contato com ela na infância em alguma exibição televisiva, depois adquiri em DVD. O elemento que engrandece a história é a linda trilha sonora dos Bee Gees, temas como “Morning of My Life”, “Melody Fair” e a magnífica “First of May”, mas preciso destacar também o carisma das crianças, Tracy Hyde e Mark Lester. E não é tarefa fácil, o argumento/roteiro, o primeiro trabalho do saudoso Alan Parker, construído com leveza pela perspectiva infantil, sem reviravoltas, e, principalmente, sem se apoiar no recurso convencional do melodrama.

O filme inspirou Wes Anderson em seu ótimo “Moonrise Kingdom” (2012), fez um sucesso tremendo no Japão (até hoje é lembrado com carinho lá), mas fez pouco barulho nas bilheterias americanas em sua estreia. A sua abordagem doce, suave, parece até alienígena nos doentios tempos atuais, o material humano decaiu grotescamente em pouco tempo, a tristeza desta constatação nos lúcidos torna a experiência ainda mais tocante.

  • Você encontra o filme com facilidade na internet.

Tema (“First of May”) dos Bee Gees, com legendas em português:

Octavio Caruso

Viva você também este sonho...

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