Críticas

“Operação Condor – Um Kickboxer Muito Louco”, de Jackie Chan

Operação Condor – Um Kickboxer Muito Louco (Fei ying gai wak – 1991)

Agente do governo é enviado a Europa e ao norte da África, para recuperar tesouro escondido pelos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial, ele e suas três auxiliares terão que enfrentar bandidos mercenários e cumprir a missão.

Com o justo reconhecimento que terá na próxima premiação da Academia, Jackie Chan provavelmente será celebrado pelos críticos que usualmente torcem o nariz para filmes de artes marciais. Eu sou um fervoroso apreciador do gênero. Quando penso em “Um Kickboxer Muito Louco”, dirigido pelo próprio Jackie, a nostalgia me conduz às sessões televisivas frequentes no SBT, o dominical “Sessão das Dez” e o vespertino “Cinema em Casa”, com a dublagem impecável do Carlos Takeshi, eterno “Jaspion”, símbolo da minha infância.

A sequência inicial já dá o tom de perfeito equilíbrio entre ação e humor, o aventureiro caçador de tesouros se surpreende com a generosidade dos membros da tribo selvagem, que parecem incentivar o roubo de suas pedras preciosas, até que o pobre rapaz decide matar a sede com a água sagrada do povo. Qual o castigo? A finitude? Não, o casamento com a índia mais feia do local. O resultado? O herói desce uma montanha íngreme dentro de uma bola inflável, um momento que me remete à clássica corrida de Buster Keaton em “Seven Chances”.

Apenas cinco minutos são suficientes para que o protagonista conquiste a empatia do espectador. É uma espécie de refilmagem superior de “Armour of God”, de 1986, que é mais lembrado como sendo o filme que quase matou o astro, em uma cena que o fez despencar do alto de uma árvore, direto para a ambulância, o que resultou em uma complicada cirurgia cerebral.

Misturando Indiana Jones e James Bond, o roteiro cria oportunidades incríveis para sequências inacreditáveis, como aquela em que Jackie, numa motocicleta, foge de seis carros pelas estreitas ruas da Espanha, com direito a salvamento de bebê, peripécia que contou com a ajuda da equipe de dublês de Rémy Julienne, responsável por alguns dos melhores momentos na franquia do agente secreto britânico. O senso de ritmo que evidencia a segurança do diretor, aliado ao carisma do mesmo diante da câmera, garante ao filme um charme irresistível.

A presença da bela Carol Cheng, vivendo a ajudante desastrada, ajuda bastante, entregando situações que parecem saídas das fitas dos Três Patetas. A cena mais lembrada é a do voo no túnel de vento, que permite ao ator uma exibição acrobática espetacular, explorando várias possibilidades cômicas.

Octavio Caruso

Viva você também este sonho...

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