Um Príncipe em Nova York (Coming to America – 1988)
Akeem (Eddie Murphy) é o príncipe de um rico país africano e não deseja mais nada, exceto uma mulher para amá-lo apesar de seu título nobre. Para escapar de um casamento arranjado, ele foge para os Estados Unidos acompanhado de seu exigente companheiro, Semmi (Arsenio Hall), para encontrar a sua rainha. Disfarçado como um estudante estrangeiro e trabalhando em um restaurante fast-food, ele namora Lisa (Shari Headley) e luta para não revelar sua verdadeira identidade.
Um dos meus filmes favoritos, daqueles que levo no coração desde a infância. O meu primeiro contato com ele provavelmente foi através de alguma exibição televisiva vespertina, com a dublagem impecável da VTI, abrilhantada pelos talentos de Waldyr Sant’anna, Hélio Ribeiro, Luiz Brandão e Lina Rossana.
O meu pai gravou em uma fita VHS, em velocidade EP, que eu colocava para rodar no aparelho pelo menos uma vez por semana, a obra sempre me animava na época das provas escolares. As cenas eram tão engraçadas, que eu rebobinava várias vezes, até memorizar os diálogos.
“Eu tenho um encontro com LISA! Não é maravilhoso?”
E a banda “Chocolate Sensual”? A plateia desanimada, quase abandonando o evento, mas o crooner vivia a experiência no palco como se fosse um superstar, com direito até a um gestual na saída que homenageava diretamente o eterno Elvis Presley.
Uma curiosidade que só quem viveu a época vai entender, como não existia internet e o acesso à informação era muito reduzido, a família se reunia para assistir ao filme e, no final da sessão, ficava discutindo se era mesmo o Murphy interpretando todos aqueles personagens, e, claro, tinha sempre alguém que jurava que não era possível.
A alegria do Akeem de ser o “funcionário do mês” da empresa era tocante, a prova de que ele havia se adequado muito bem aos padrões miseráveis de um plebeu. Quando ele buscava um quarto para alugar, para o desespero de seu fiel escudeiro, fazia questão de que fosse o pior local da cidade, a parte mais ralé, se possível, um cenário de crime.
O projeto reuniu Murphy e o diretor John Landis, após o sucesso de “Trocando as Bolas” (1983), mas o clima das filmagens foi muito tenso entre os dois.
Landis, que amargava alguns fracassos de bilheteria e, principalmente, um espinhoso processo judicial sobre a tragédia ocorrida na produção de “No Limite da Realidade” (leia meu texto sobre o caso clicando AQUI), bateu boca com o astro, que o havia gentilmente contratado como forma de ajuda em um momento delicado, eles quase saíram no braço várias vezes, uma situação que felizmente não prejudicou o resultado, um daqueles fascinantes milagres artísticos.
“Aquele que quer aprender a voar um dia, deve primeiro aprender a se erguer e andar. Não se pode voar num relance.”
A mensagem da trama é bastante simples, uma fábula, o príncipe que está disposto a sacrificar tudo, dinheiro, fama e poder, para conquistar a real felicidade ao lado de uma mulher que verdadeiramente ame a sua essência.
Há ternura na forma como a subtrama romântica é trabalhada, elemento potencializado pela entrega da bela Shari Headley, que transmite a elegância de uma alma nobre inserida em um contexto rasteiro. No papel, pode parecer algo bobo, clichê, mas o roteiro opera uma mágica encantadora que é favorecida em revisões.
O elenco retornou recentemente em uma sequência que, sem exagero, considero uma ofensa aos fãs, você pode ler a minha crítica clicando AQUI.
“Um Príncipe em Nova York” é um tesouro da comédia norte-americana.
Uma seleção de cenas inesquecíveis desta pérola:
Eu facilitei o seu garimpo cultural, selecionando os melhores filmes dentre aqueles títulos que entraram…
Hoje em dia está na moda nas redes sociais estes desafios lúdicos, logo, decidi entrar…
No “Dica do DTC”, a nova seção do “Devo Tudo ao Cinema”, a intenção não…
Eu facilitei o seu garimpo cultural, selecionando os melhores filmes dentre aqueles títulos que entraram…
O cinema já presenteou o público com muitos filmes magníficos no tema, um dos mais…
Eu facilitei o seu garimpo cultural, selecionando os melhores filmes dentre aqueles títulos que entraram…