Críticas

Dica do DTC – “Na Corda Bamba”, de Billy Bob Thornton

No “Dica do DTC”, a nova seção do “Devo Tudo ao Cinema”, a intenção não é entregar uma longa análise crítica, algo que toma bastante tempo, mas sim, uma espécie de drops cultural, estimulando o seu garimpo (lembrando que só serão abordados filmes que você encontra com facilidade em DVD, streaming ou na internet). O formato permite que mais material seja produzido, já que os textos são curtos e despretensiosos.

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Na Corda Bamba (Sling Blade – 1996)

Um homem (Billy Bob Thornton) deficiente mental, que no passado eliminou a mãe e o namorado dela, deixa a instituição em que ele viveu por muitos anos e se torna amigo de uma mulher (Natalie Canerday) cujo namorado (Dwight Yoakam) maltrata o filho (Lucas Black).

Eu recomendo fortemente a versão do diretor desta pérola independente, excelente estreia de Billy Bob Thornton na direção, considero também sua melhor atuação, uma obra que, apesar de ter ganhado Oscar por roteiro adaptado (do curta de 1994, “Some Folks Call It a Sling Blade”, escrito pelo próprio ator e dirigido por George Hickenlooper), além de outros prêmios, hoje foi infelizmente esquecida.

O protagonista é mostrado logo no início como alguém que consegue discernir certo e errado, alguém essencialmente bom, opção que instiga o espectador a compreender como ele poderia ser capaz de cometer o crime que confessa na excelente cena do monólogo diante das estudantes. A trama leva o público a questionar os tons de cinza na natureza humana, destaco a inteligência emocional com que ela trabalha a amizade que é forjada com o menino que vive um inferno dentro de casa.

A autenticidade em cada detalhe provoca uma rara imersão, há momentos em que a história se torna tão tensa que faz com que o espectador se esqueça de respirar, uma experiência verdadeiramente hipnótica, daquelas que você jamais esquece.